Acordei cedo. Ao meu lado, dormias ainda, de barriga para o ar e boca ligeiramente aberta, ressonando baixinho. O teu corpo nu estava parcialmente coberto pelo diáfano lençol, revelando um generoso seio desnudo, com um mamilo escuro, pequeno e acuminado.
Levantei-me e fui para a casa de banho. Liguei a máguina de barbear e aparei cuidadosamente a barba. Depois abri a torneira da água quente e preparei-me para desfazer a barba em excesso. Queria dar-lhe uma forma diferente, hoje. A contornar apenas o maxilar e a boca.
Terminada a tarefa, entrei na cabine de duche e abri a água para tomar um banho. Peguei no shampoo e lavei rapidamente o cabelo grisalho e já a rarear, pensando que qualquer dia começaria a usá-lo rapado. Orgulhosamente careca.
Não posso, ela nunca me perdoaria, reflito melancolicamente.
Absorto nestes pensamentos, ensaboava já o corpo com o gel de duche, usando para isso o pouffe azul que ela me havia oferecido, como brincadeira, no Natal. Experimentara-o e sentira-me bem. Em breve iria comprar mais. Mas guardaria religiosamente este, o que ela me ofereceu.
Liguei novamente a água quente e deliciei-me com o calor que ela me proporcionava. Deixei-me ficar um pouco mais que o habitual, alternando o jacto de água entre a testa e a nuca e sentindo a água escorrer pelo meu corpo aquecendo-me no processo, quando a porta da base de duche se abre, sobressaltando-me ligeiramente.
Posso entrar?
Claro que sim, há imenso espaço. Anda, aquece-te que a água está deliciosa. E tu também...
![AE567B9D-6BC1-47C4-8C66-EA7D8AC99FEA.jpeg AE567B9D-6BC1-47C4-8C66-EA7D8AC99FEA.jpeg]()